Reeleição de Trump: Foi efeito do descontentamento norte-americano?

Donald Trump retorna a Casa Branca pela segunda vez e escancara o descontentamento dos norte-americanos com a atual direção do país

Ex-presidente dos Estados Unidos e candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump – 27/09/2024 (Foto: Brian Snyder/Reuters)

Caso ainda não esteja sabendo, Donald Trump se reelege como presidente dos Estados Unidos nesta última terça-feira (05/11), adquirindo os títulos de segundo presidente mais velho na história da política norte-americana – após Joe Biden –  e o primeiro presidente da história com um processo judicial em andamento. A decisão não apenas marca uma guinada conservadora, mas também traz à tona o desejo de mudanças profundas em temas centrais para os Estados Unidos, como a segurança nas fronteiras e a política de imigração.

A vitória do republicano não foi prevista por diversos veículos estadunidenses, como o Nearly Every Major Forecaster e o The Conversation. Ninguém espera que públicos como afroamericanos, híspanicos e mulheres, que normalmente optam por partidos e candidatos democratas, fizessem parte da fatia do pleito eleitoral de Trump.

Donald reassumiu o compromisso com o combate à imigração ilegal, uma de suas bandeiras de campanha mais significativas, prometendo “expulsar” os imigrantes ilegais do país. Sua posição firme em relação ao fortalecimento das fronteiras e à aplicação rigorosa das leis migratórias reflete a preocupação de uma grande parcela da população que, conforme demonstrado nas urnas, sente-se desatendida pelas políticas democratas.

 Essa vitória expressiva evidencia a desconexão entre o discurso democrata e as vontades dos eleitores. O embate final nos debates foi um momento divisor de águas, onde a realidade ficou exposta e, mesmo com a tentativa de substituição, a mudança ocorreu tarde demais para impedir o retorno do  republicano.

 Trump, mesmo sendo um candidato polarizador, foi capaz de converter as dúvidas de um povo em apoio. A votação mostrou um respaldo incontestável, onde Donald conseguiu vencer com folga adquirindo votos de 292 dos delegados dos estados decisivos para sua eleição, enquanto Kamala converteu apenas 244. Diante da percepção de risco e da desconfiança com a oposição, os norte-americanos optaram por Trump, mais uma vez.

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