Entre os dias 9 e 13 de outubro de 2024, a histórica cidade de Paraty recebeu cerca de 30 mil visitantes para a 22ª edição da FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty), consolidando-se como um dos maiores eventos literários do Brasil. Com um foco cada vez maior na diversidade e nas questões sociais, a FLIP deste ano trouxe discussões sobre literatura indígena, feminismo e sustentabilidade, além de reunir autores tradicionais e populares.
A curadoria busca sempre manter o equilíbrio entre grandes nomes da literatura mundial e autores emergentes, garantindo espaço para diferentes vozes e estilos. Nos últimos anos, a programação tem dado destaque ao compromisso da FLIP com a diversidade e temas urgentes, como justiça social e direitos humanos.
A presença do coordenador escolar Wagner Ferro Fazan, de São José dos Campos, reforça o caráter fiel do público da festa. Este foi o décimo sexto ano de Wagner na festa literária. “Vai muito além de uma feira de livros, é de fato uma festa cultural”, comenta ele, que frequenta o evento desde 2008. Para Wagner, a FLIP é o “apogeu”, um ponto de encontro com a cultura e com outros apaixonados pela literatura. “Sempre que anunciam a próxima data, já reservo o hotel. Não perco por nada”, revela, refletindo o entusiasmo que faz com que pousadas da região registrem, em média, 95% de ocupação durante o evento.
Ao longo dos anos, Wagner percebeu que a curadoria da FLIP não só atrai autores de renome, mas busca manter uma proposta inovadora, equilibrando tradição e contemporaneidade. “A feira ficou mais pop, trazendo nomes populares, mas mantendo o tradicional”, observa. A presença de best-sellers contemporâneos, como o lançamento de Felipe Neto, que vendeu 10 mil exemplares na pré-venda, ilustra essa busca da FLIP por diversificar o público sem abrir mão da qualidade literária.
Para Wagner, que admite se preparar lendo obras dos autores anunciados, o evento incentiva um compromisso contínuo com a leitura e o conhecimento. “O que a FLIP ensina é sempre estudar. Quando anunciam o autor, dou uma lida em algumas obras para estar por dentro. A feira influencia muito a leitura”, comenta. Além disso, a FLIP proporciona a oportunidade de networking e trocas culturais, como ele mesmo experimentou, conhecendo profissionais do mercado editorial que marcaram sua jornada pessoal.
A edição deste ano, portanto, não só celebrou a literatura como reafirmou a relevância de uma curadoria que equilibra prestígio e popularidade. De Salman Rushdie a novos ícones do cenário atual, a FLIP de Paraty continua a ser um evento transformador, levando cultura, educação e conscientização a todos que passam por suas ruas históricas.